Há algum tempo eu conversava com um amigo. Apenas um bate-papo ocasional mesmo. Quando perguntei sobre um antigo colega de trabalho, a resposta:
— Ah, eu deletei aquele vacilão do LinkedIn.
Fiquei curioso, é claro. Instiguei-o a continuar. Com o discurso, identifiquei alguns padrões de comportamento desse espécime, que chamei de LinkedIn Vacilonus só para dar um aspecto profissa.
Vacilo é sinônimo de erro. Já um vacilão é aquele que erra com frequência. Em outras palavras, um sujeito inconveniente.
Se você quer saber o que fazer para não ser esse cara, convido-o a permanecer comigo nas linhas que se seguem.
Vamos descobrir alguns padrões que transformam um usuário em uma mala sem alça no LinkedIn.
1. Não faça comentários vazios
O sujeito acima é o deputado João Plenário, icônico personagem de A Praça é Nossa.
Quando questionado acerca de suas propostas políticas, ele enrola a língua e passa horas balbuciando palavras vazias e sem sentido. Realmente um incômodo.
No LinkedIn, apenas para gerar engajamento ou aproximação, muita gente insere comentários despropósitos sem ao mesmo ler o artigo ou o post.
Não seja esse cara. Se não há nada a acrescentar à discussão, simplesmente deixe o seu like e parta para o próximo.
Lembre-se que o LinkedIn não é como o Instagram. Aqui queremos debates construtivos, compartilhamento de conhecimento e bons insights. Jogue os adjetivos supérfluos para escanteio.
2. Chega de falar sobre si o tempo todo
Para quem não acompanhou os desenhos do Cartoon Network, esse aí é o Johnny Bravo.
Em resumo, um homem com o ego do tamanho do Empire State que fica se exibindo o tempo todo.
Você provavelmente já conheceu alguém como ele no LinkedIn.
Aquele sujeito que fala dos próprios feitos e parece ter a carreira perfeita demais para ser verdade.
Não se engane: está tudo bem compartilhar suas vitórias. Apenas tome cuidado para não exagerar e acabar se tornando um chato.
Tente equilibrar a balança. Se você fez algo bom, explique como e partilhe o aprendizado. Se ganhou um prêmio, agradeça e cite as pessoas que lhe ajudaram. Falar apenas para exaltar o topete certamente cansará seus contatos profissionais.
3. Pare de caçar likes e comentários
No filme Os Caça-Fantasmas, Peter Venkeman é um parapsicólogo mulherengo e preguiçoso. Atente-se para essa última característica.
Pois é, dizer que as pessoas precisam comentar “eu quero”, deixar o like ou compartilhar a publicação para conseguir algum prêmio é um golpe baixo.
Pode até funcionar em alguns casos, mas todo mundo está cansado de saber que essa é uma tática para aumentar o engajamento e alcançar mais gente.
Não há nada de errado em ceder conteúdos gratuitos, mas não custa ser mais direto, não é mesmo? Nesse caso, crie uma landing page e deixe que a galera acesse. Se eles gostarem, comentarão espontaneamente.
4. Maneire nos robôs
Este simpático mecanismo dourado é o C3PO, célebre coadjuvante da série Star Wars.
Para muitos, é o ponto baixo da franquia.
Os robôs podem funcionar muito bem em lojas virtuais, sites e serviços de atendimento.
Mas eu não conheço uma só pessoa que tenha recebido uma mensagem padronizada e fechado um negócio no LinkedIn.
A plataforma é uma rede social. Ou seja, voltada às interações e ao relacionamento. Em pessoas.
Mais: os usuários sabem quando estão conversando com bots. Há grandes chances de você irritá-lo mais do que o contrário
Em vez de tentar se vender logo de cara (ou mandar aquele cumprimento quadrado com o site da sua empresa) com uma plataforma automática, que tal um bate-papo mais humano pelo chat?
Observe o perfil do contato e veja quais são os pontos de interesse comum antes de enviar uma mensagem genérica.
5. Seja sucinto
O Inspetor Buginganga é praticamente um canivete suíço em forma de gente.
Mas em uma rede social corporativa, a descrição exagerada de funções pode atrapalhar mais do que ajudar.
Inclusive, pode confundir o mecanismo de buscas e reduzir as visitas ao seu perfil.
Seja coerente nos seus campos de cargo e função, por exemplo. Pense no termo exato que as pessoas para as quais você quer aparecer pesquisarão.
Em vez de “diretor executivo, autor de livro, pai de 6 filhos, motorista de trator e bicampeão de Mário Kart”, tente se concentrar no que importa. Talvez seja melhor apenas “CEO e autor do [nome do livro]”, já que é o que provavelmente as pessoas buscarão.
Também não exagere nas suas competências, atribuições e reconhecimentos. Ninguém quer saber sobre o campeonato de natação que você ganhou na quinta série.
Muita gente tende a querer impressionar com muitas atribuições. Mas tudo bem ter um currículo enxuto.
6. Deixe de lado a bajulação
Este é o olhar amável de Waylon Smithers, personagem de Os Simpsons.
Mas não se engane: por detrás dos óculos existe um sujeito irritantemente puxa-saco. Ou “baba-ovo”, se preferir.
É claro que você deve interagir com as pessoas que admira, mas que tal discordar ou acrescentar algo útil à conversação de vez em quando?
As pessoas percebem quando você as bajula.Isso pode até ter um efeito negativo, na verdade. Ninguém gosta de ter as botas beijadas à toa.
Portanto, pare de elogiar qualquer coisa sem motivo. O que o seu futuro chefe, o recrutador, o cliente — ou seja lá quem você quer agradar — deseja é competência.Deixemos os aplausos para situações nas quais eles realmente são necessários.
7. Peça permissão
O encapuzado aí ao lado é o personagem principal da franquia The Legend of Zelda, conhecido como Link.
Mas não é sobre ele que vamos falar, e sim a respeito da insuportável fada que está ao seu lado (exatamente, essa bolota com asas).
Em um dos jogos mais famosos de todos os tempos, ela aparece a todo instante enfiando informações goela abaixo ao jogador. Sem ninguém perguntar, há de se dizer.
No LinkedIn, as coisas funcionam de uma maneira bem parecida. Seja para enviar o seu currículo ou uma sugestão, apresentar uma ideia ou sequência de slides, solicitar dinheiro emprestado ou assinatura em newsletter, as pessoas não gostam de ter o próprio espaço invadido.
Não tem erro: apenas pergunte antes. Você se surpreenderá com o quanto as pessoas são solícitas.
8. Pratique a sinceridade
Todo mundo conhece o filho do Gepeto, imagino.
Nem é preciso falar sobre mentiras no perfil, né? Apenas não.
Mas existem outras situações nas quais a gente fica com uma pulga atrás da orelha para contar uma lorotinha ao receber uma proposta (ou cobrança) no LinkedIn.
Acredite, mais tarde você pode pagar caro pela atitude.
Se a entrega atrasará, seja honesto e diga o que aconteceu. Se está sem dinheiro para pagar no momento, abra o jogo.
Às vezes é preciso ser verdadeiro consigo mesmo também.
Por exemplo, se o cliente não tem fit com a sua empresa, recuse educadamente em vez de engolir o sapo apenas para gerar receita. Vale muito mais a pena do que entregar um trabalho de qualidade inferior e criar uma reputação negativa, concorda?
9. Lembre-se que nem tudo são flores
Esse peixinho é a Dory (colocado em sua versão mais fofa propositalmente para arrancar suspiros), da animação disneylesca Procurando Dory.
Não me leve a mal, eu também gosto de ver o lado positivo das coisas. Mas todo copo transborda quando há overdose.
Tudo bem. A sua empresa é o máximo, seu ambiente de trabalho é foda, seus colegas de trabalho são lindos, o evento foi maravilhoso e…
É, eu sei.
Como dito em outros tópicos, é bom dosar tudo que você faz, inclusive compartilhar alegrias. Todo mundo tem dias ruins, reuniões tediosas e resfriados.
O pensamento positivo é ótimo, mas em doses pra cavalo pode soar como “forçada de barra”. Ou, pior, propaganda.
Bom, fico por aqui, pessoal. Você já se deparou com algum “vacilão do LinkedIn” por aí? Discorda de algum ponto que foi colocado na lista? Comente aí embaixo! Será um prazer bater um papo sobre o tema.
Ah, e se quiser me seguir lá na rede, eu ficaria honrado. Todas as segundas lanço algo novo no LinkedIn! Um grande abraço!
Uau adorei o conteúdo. Que dicas você daria para quem
quer ranquear com artigos em 2021? Parabéns..vou voltar
mais vezes!
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Sou a Marina Almeida, gostei muito do seu artigo tem
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